31 agosto, 2009

Entre o bem e o mal

Ha mais de 6 meses faço o mesmo trajeto a pé toda sexta-feira. Quem não me conhece pode achar que é apenas curiosidade, mas em casa que reside cães, sempre atento para eles. Na rua do meu trajeto, conheço todos eles. Sei quais são os que saem para dar uma voltinha sozinhos, os que vivem livres no pátio, os que ficam presos pela corrente, os que latem quando vou me aproximando...
Em especial me chamou atenção um cão pastor, preto, muito bonito. Sempre que eu passava ele estava na sua posição de cuidar da casa. Qualquer passante era surpreendido pelos seus latidos. As vezes, via-o deitado embaixo da rede, na ocasião em que seu dono estava presente. Admirava aquela amizade.

Recentemente fixaram nas grades do muro da casa uma placa anunciando a venda do imóvel. Fiquei imaginando que dentro de dias, ou meses, perderia o contato visual com o cão. Na última sexta-feira, ao virar a esquina, encontrei o cão pastor livre na rua. Ele estava cheirando os arredores da casa, assim que me viu aproximar, correu para frente do portão. Apoiado em duas patas, raspava as grades do portão na tentativa de entrar. Observei que o portão da casa estava trancado a cadeado e não vi mais o anuncio de venda. Mesmo assim, parei e bati palmas.

O mesmo homem que eu via deitado na rede veio me atender. Eu disse que o seu cão estava para fora. Assustado, ele me perguntou, antes de qualquer reação, se eu nao queria ficar com o cão pois a casa havia sido vendida e ele nao tinha aonde "deixá-lo".

Atrás dele estava outro cão, que acabara de sair de dentro da casa, era um mini schnauzer. Conversamos. Orientei sobre adoção e pedi encarecidamente para não abandonar o cão na rua.

Segui meu trajeto, e ao chegar no meu destino, encontrei Lenice. Me contou que a cadela da raça cocker que ela havia recolhido na semana passada havia sido adotada. Feliz pela notícia, quis saber da adotante. A adotante era ela mesma, a cocker ficou para integrar sua matilha de 5 cães.

Emociada pedi em oração forças para continuar meu trabalho e coragem para enfrentar estas situações de dor. Enviar para o Twitter

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