23 dezembro, 2009

Quem os deixou ali?

Em época de fim de ano sempre prometemos tormar novas atitudes, tertarmos ser pessoas melhores, mudar atitudes... Divido com voces a história de Carlos Carriço, exemplo a ser seguido.



Paixão por cachorros

Por Sibyla Loureiro

Há 20 anos ele obedece a mesma rotina. Depois do meio-dia, recolhe as sobras do almoço, embarca na Van e segue para a Praia das Palmeiras. Ali, na casa da irmã Lúcia, mistura as sobras de comida com ração de cachorro e prossegue até a orla de Itaguaçu. Em frente ao Recanto das Gaivotas, mais conhecido como Bar do Tadeu, uma dupla de amigos famintos já o espera entre a calçada e o meio-fio. É a Bilinha e o Conhaque, dois vira-latas adotados pelo empresário Carlos Alberto Carriço, 45 anos e morador do bairro de Itaguaçu. “É como se fossem meus filhos”, dispara Carriço, lembrando que a dedicação aos animais de rua também encontra amparo de outros moradores da região.

É o caso de uma vizinha do bairro, a doutora Miriam, que mandou construir duas casinhas de madeira para abrigar Bilinha e Conhaque no terreno da frente da sua casa. Também tem a dona Rose que, volta e meia, leva a cachorrada ao veterinário para castrar. Uma delas foi a Pretinha que deixou história no bairro.

Certa vez, o amigo Bob Gueira, outro vira-lata que circulava pela vizinhança, foi adotado por uma família do Balneário, no Estreito, depois de ser castrado. Com saudades da companheira Pretinha, que estava na Clínica SOS Animal, também para ser castrada, Bob Gueira veio do Estreito até Coqueiros e ficou uivando em frente à veterinária.

Carriço coleciona tantas outras histórias. Afinal, foram mais de uma dúzia de cães que ele alimentou e investiu em cuidados ao longo dos últimos 20 anos. “Virou um hábito e está difícil colocar um ponto final”, afirma Carriço, não afastando a idéia de terminar com a iniciativa. “Mesmo que a gente não queira, acaba se transformando numa obrigação e afeto”, diz.

E ele tem razão. No domingo, 22 de novembro, Carriço levou um susto ao receber uma ligação de um morador de Itaguaçu. Ao telefone, avisou que Conhaque havia sido atropelado. Embora levado às pressas à clínica veterinária, Conhaque acabou com uma das patas dianteira amputada. “Para não ficar sozinha à noite, levo a sua companheira Bilinha para dormir em minha casa”, lamenta Carriço.

História começou no bar

Tudo iniciou quando Carriço tinha apenas 25 anos. No bar do falecido Debreck, na Rua Rosato Evangelista, apareceu uma cadela prenha, a Brazina, e seu companheiro batizado de Figueira, em homenagem ao time de futebol do Estreito, o Figueirense, a segunda paixão do empresário. Carriço e os amigos cuidaram da cadela e dos filhotes que foram doados. Ficaram dois filhotes e o casal de cães. Um deles foi envenenado e a cadela acabou atropelada. Restou o Figueira que conquistou a amizade e o carinho da vizinhança.

Durante 15 anos ele foi companheiro de Carriço e atração da Praia de Itaguaçu. “Virou patrimônio do local”, destaca. Morreu há três anos com doenças próprias da velhice. “Ficou cego e com problemas no coração. Acabei levando ele para casa para não sofrer nas ruas”, lembra Carriço.

Empresário do transporte de turismo, Carriço tem uma Van e trabalha com viagens, turismo, eventos e traslados. A dedicação aos animais pode, inclusive, levar Carriço a investir, no futuro, em outro segmento. Desta vez, voltado a passeios para cães. Batizado de Dog Tur, a idéia, tendo em vista o crescimento do mercado de produtos e serviços ligados a animais de estimação, tem tudo para dar certo.

Fonte: http://www.folhadecoqueiros.com.br/gente.html

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